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Recordar é preciso: Falcão



"O Rei de Roma", é assim que ficou conhecido Paulo Roberto Falcão, o ex-volante do Internacional e Seleção Brasileira.

Em 2014, o canal esportivo FOX Sports confirmou a contratação de Falcão para ser comentarista da emissora a cabo brasileira. 

Nascido no dia 16 de outubro de 1953, na cidade de Abelardo Luz (SC), Falcão foi um dos melhores jogadores da história do futebol brasileiro.

Boa visão de jogo, bom chute, extrema elegância, ótimo caráter e habilidade incomum sempre foram os pontos fortes de Falcão, que demonstrava um futebol muito diferenciado. Era uma espécie de Beckenbauer.

Falcão começou a carreira no Inter em 1973, colecionou títulos no Beira-Rio, entre eles os brasileiros de 75, 76 e 79, e foi negociado com a Roma em 1980.

Formou um meio de campo memorável na seleção brasileira ao lado de Toninho Cerezzo, Sócrates e Zico na Copa do Mundo de 1982. Na ocasião, ele foi um dos principais destaques do time brasileiro, comandado por Telê Santana.

Na Itália, onde foi batizado de "O Rei de Roma", Falcão manteve sua sina de vitórias e foi campeão da Copa da Itália em 81 e 84 e campeão italiano em 1983, quebrando um enorme tabu em que a Roma vivia atormentada sem títulos. Foram 107 partidas e 22 gols pela equipe da capital, que pagava na época ao brasileiro o maior salário do Calcio.

Deixou a Roma em 85 e voltou ao futebol brasileiro para atuar no São Paulo. No Tricolor do Morumbi, ele teve problemas de relacionamento com o então técnico tricolor Cilinho, que o deixou várias vezes na reserva de Márcio Araújo, Silas e Pita. Mas na verdade Falcão veio da Itália com uma insuperável contusão no joelho, o que abreviou o final de sua brilhante carreira.

Mesmo assim, Falcão foi importante para a conquista do título paulista de 1985 pelo São Paulo. Ele atuou a partida final do estadual contra a Portuguesa. Aliás, Falcão quase entrou para a história negativamente no jogo decisivo. Ele perdeu a bola, antes do meio de campo, para Edu Marangon que arriscou o chute daquele local. Para a sorte de Gilmar Rinaldi (goleiro) e de Falcão, a bola bateu no travessão. Edu reclama da sorte até hoje.

No São Paulo, onde ficou de 1985 a 86, Falcão atuou em apenas 15 jogos (9 vitórias, 3 empates, 3 derrotas) e marcou um único gol, como consta no "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa.

Pela Seleção Brasileira, Paulo Roberto Falcão realizou 34 partidas pelo time principal (números do livro "Seleção Brasileira 90 anos", de Roberto Assaf e Antônio Carlos Napoleão). Foram 25 vitórias, seis empates, três derrotas e oito gols marcados.
Em 1990, logo após o fracasso na Copa do Mundo da Itália, Paulo Roberto Falcão foi convidado para substituir Sebastião Lazaroni no cargo de técnico da seleção brasileira.

A passagem como técnico da seleção foi meteórica. Falcão acabou deixando o cargo para entrada de Carlos Alberto Parreira em 1991. Ainda dirigiu o América do México antes de se tornar comentarista esportivo.

O inesquecível Paulo Roberto Falcão é pai de um casal de filhos, em Porto Alegre, e de mais um na Itália, fruto de um relacionamento extraconjugal.

Em abril de 2011, após uma longa passagem como comentarista da Rede Globo, o ex-jogador aceitou assumir o comando do Colorado e conquistou o Campeonato Gaúcho daquele ano.

No entanto, o início ruim do time do Inter no Brasileirão 2011 fez com que o treinador fosse demitido apenas três meses após sua chegada, em 18 de julho daquele ano.

E o Rei de Roma virou "Meu Rei" em 06 de fevereiro de 2012 ao aceitar o convite para ser o treinador do Esporte Clube Bahia, onde conquistou o título estadual diante do Vitória, em 13 de maio de 2012.

No entanto, a sequência de três derrotas seguidas no Brasileirão, sendo a últimas por 4 a 0 para o Fluminense, no Engenhão, fez com que Falcão fosse demitido pela diretoria do Tricolor baiano na madrugada do dia 20 de julho de 2012.

Cruzeiro 5 x 4 Internacional pela Libertadores de 1976

Veja abaixo os nove gols do maior jogo de futebol do qual o Falcão participou:


Copa Libertadores da América de 1976

Cruzeiro 5 x 4 Internacional
Data: 07/03/1976
Local: Mineirão
Público: 65.463 pagantes
Árbitro: Luís Pestarino (Argentina)
Gols: Palhinha 4" e 10", Lula 14", Joãozinho 21" e Lula 39" do 1º; Zé Carlos (contra) 6", Joãozinho, Ramón 25" e Nelinho (pênalti) 39" do 2º
INTERNACIONAL: Manga; Cláudio Duarte (Valdir), Figueroa, Hermínio e Vacaria; Caçapava e Falcão; Valdomiro, Flávio (Ramón), Escurinho e Lula
Técnico: Rubens Minelli
CRUZEIRO: Raul; Nelinho, Moraes, Darci Menezes e Vanderlei; Zé Carlos e Eduardo; Roberto Batata (Isidoro), Jairzinho, Palhinha e Joãozinho
Técnico: Zezé Moreira

Paulo Roberto Falcão participa do Domingo Esportivo do dia 2 de novembro de 2014


Em 09 de dezembro de 2014, o UOL publicou uma matéria com Falcão, assinada pelo jornalista Bruno Freitas, que segue abaixo:

Falcão faz intercâmbio no Real e vê Ancelotti e cia. intrigados pelo 7 a 1

O "rei de Roma" cruzou o Atlântico para buscar atualizações sobre o que anda sendo feito de mais moderno hoje em dia no futebol. Paulo Roberto Falcão encara duas semanas de intercâmbio junto à comissão técnica do Real Madrid e, em meio a troca de informações, precisa lidar com a curiosidade dos anfitriões a respeito do célebre "7 a 1".

Como explicar o fracasso retumbante da seleção brasileira na semifinal da Copa diante da Alemanha, em casa, diante da torcida em Belo Horizonte? Quem sempre prestou reverência ao futebol dos pentacampeões ainda não conseguiu compreender o que aconteceu no gramado do Mineirão. Falcão foi questionado pelo técnico Carlo Ancelotti e seu auxiliar Fernando Hierro a respeito e tentou apontar um diagnóstico mais amplo. Aos intrigados interlocutores, disse que o problema não está na equipe nacional, mas sim na estrutura interna que serve de sustentáculo a ela.

"Ele (Ancelotti) tinha curiosidade, todo mundo se impressiona com o 7 a 1. A seleção sempre será boa. O problema não é a seleção, é a estrutura dos clubes. A gente precisa fortalecer os clubes, ter um campeonato bem jogado, tem que ir na base", afirmou Falcão desde Madri, em entrevista ao UOL Esporte.

Falcão e Ancelotti foram companheiros no elenco da Roma, nos anos 80. Hoje, graças à amizade, o brasileiro estuda o funcionamento do atual campeão europeu, com a meta de voltar a dirigir equipes de futebol. A viagem à Europa também deve ser esticada até Milão, onde o ex-jogador espera fazer o mesmo intercâmbio na Internazionale de Roberto Mancini.   

O ídolo da seleção brasileira tenta retomar a sequência como treinador, depois da lacuna de 18 anos, entre 1994 e 2011, quando atuou como comentarista de TV. Recentemente, Falcão voltou a trabalhar em frente às câmeras, em passagem pelo Fox Sports.

Como treinador, Falcão está sem clube desde que deixou o Bahia em julho de 2012. Antes, passou pelo Internacional, onde conquistou o Campeonato Gaúcho de 2011, mas permaneceu menos de 100 dias no cargo. Nos anos 90, antes da vida de comentarista, o ídolo estreou na função de cara no comando da seleção brasileira, entre 1990 e 1991, saindo após o vice-campeonato da Copa América. Em seguida, passou por América do México, Inter e Japão.

Confira a entrevista com Paulo Roberto Falcão:

UOL Esporte: Como surgiu essa possibilidade de intercâmbio no Real Madrid?

Falcão: Sempre faço isso, já fiz umas quatro ou cinco vezes. Por que o Ancelotti? Porque ele é um dos técnicos tops do mundo na atualidade, e conheço ele muito bem. Tem essa facilidade. E mesmo com o sucesso, ele não mudou nada. Continua humilde, muito brincalhão. Estou aqui para acompanhar os métodos de treinamento dele, estamos conversando. Venho acompanhando treinos, partidas. Ele tem uma curiosidade sobre como o Brasil está se organizando após a derrota na Copa. Pergunta também sobre algum jogador que é destaque no Brasil. Também procuro passar a minha maneira de trabalhar.

UOL Esporte: Você teve contato direto com as estrelas do elenco? Muitos deles nasceram depois que você parou de jogar.

Falcão: Estive hoje [na última sexta-feira] com o Arrigo Sacchi, que foi treinador da seleção italiana. Brinco que o Sacchi é o pai do Ancelotti. Ele foi jogador dele naquele grande Milan. Depois o Ancelotti foi auxiliar dele na Copa de 1994. Hoje ele tem uma carreira extremamente vitoriosa, com três títulos mundiais, dois como jogador. Também falei com o Marcelo, o Pepe, o Sergio Ramos também. Também conversei com o (Fernando) Hierro, auxiliar do Real, que foi jogador naquela época.

UOL Esporte: Pelo seu trânsito na Europa, é uma opção trabalhar por aí?

Falcão: Não coloco fronteiras. Se for uma coisa boa, pode ser em qualquer lugar que seja. Não ponho limites de fronteira. Estou impressionado com a estrutura do Real. É difícil de encontrar algo assim no mundo. Os europeus sabem qual o tratamento para o produto futebol. Tratam literalmente como uma festa.

UOL Esporte: Temos alguns argentinos de destaque treinando times na Europa, um chileno campeão inglês com o Manchester City. Por que os brasileiros ainda não conseguiram sucesso semelhante por aí?

Falcão: Sim, temos o Simeone com bastante destaque, um argentino. Mas acho que essa pergunta ninguém consegue responder. Tive um almoço aqui com o Sacchi, que foi o diretor do Real Madrid que trouxe o (Vanderlei) Luxemburgo. Mas essa pergunta é uma incógnita, não encontro uma resposta.

UOL Esporte: Você passou por um processo para assumir a Costa Rica, certo? Por que não deu certo?

Falcão: Fui procurado por um empresário e depois fui investigar para ver se ele era sério. Fiz uns contatos e vi que era sério. Com essa possibilidade, mandei meu currículo. E o contato todo foi através dele, parecia tudo muito bem encaminhado. Ele até me passou os e-mails que estava trocando com a federação, com o Ricardo Chacón, diretor de seleções. Mas ele saiu, entrou um gerente de seleções argentino (Marcelo Herrera) e queriam um argentino como técnico. Estava tudo bem adiantado para a gente começar a conversar. Mas agora parece que vão fechar com o Ricardo Gareca.

UOL Esporte: Você tem sondagens de clubes brasileiros para 2015?

Falcão: Tem eleições em alguns clubes agora, deve aparecer alguma coisa. Para os próximos dias. Até porque os clubes precisam se organizar para o ano que vem.

FALCÃO: ÚLTIMAS EXPERIÊNCIAS COMO TREINADOR

INTER - 2011
19 jogos, 8 vitórias, 5 empates, 6 derrotas (50,9% de aproveitamento)

BAHIA - 2012
36 jogos, 16 vitórias, 10 empates, 10 derrotas (53,7% de aproveitamento)

UOL Esporte: Você participou de projetos no Fox Sports neste ano. A televisão segue no seu horizonte?

Falcão: Tenho televisão como uma coisa que eu gosto. A televisão e o trabalho de técnico são as coisas que eu sei fazer. Não fecho a porta. Mas estou me preparando para trabalhar em algum clube. Faz anos que me preparo. Estive em três Copas do Mundo, frequentei os treinos de diversas seleções. E depois que parei na Globo passei a me atualizar constantemente.

UOL Esporte: Você citou a curiosidade do Ancelotti sobre como o Brasil está se organizando após a Copa. Existe muita curiosidade especificamente sobre o 7 a 1?

Falcão: Ele tinha curiosidade, todo mundo se impressiona com o 7 a 1. A seleção sempre será boa. O problema não é a seleção, é a estrutura dos clubes. A gente precisa fortalecer os clubes, ter um campeonato bem jogado, tem que ir na base. Conversei sobre o 7 a 1 com o Hierro também, que me falou das categorias de base do Real, da seleção espanhola. Eles chamam de canteras, o trabalho é muito bem feito, especialmente no Barcelona. A gente precisa formar jogadores mais técnicos. E não precisa abandonar os jogadores de força. Um time precisa de várias coisas. Não dá para cobrar só titulos das categorias de base. Claro que o técnico que quer subir carreira tem na cabeça que precisa ganhar. Mas a única meta deve ser formar jogador para o time de cima. Essa deve ser a diretriz passada pela direção.

UOL Esporte: Como você avalia o começo do novo trabalho do Dunga à frente da seleção?

Falcão: A seleção está bem, ganhando. Mas não me preocupo com a seleção, ela é o ponto final. Sempre terá 25 bons jogadores. É sempre bom que se comece com vitorias, para conseguir trabalhar. Mas vou além disso. Precisamos fortalecer os clubes.

Fonte: UOL


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